01 agosto 2013

Defeito de fabricação.

Desde criança todos que me conhecem, inclusive os médicos, diagnosticam-me ANSIOSA, mas eu nunca soube por quê. Em épocas da minha vida era fato... ansiosa pelo primeiro dia de aula, pelo resultado do vestibular, pela apresentação da monografia, pela tão esperada formatura. Mas e daí? Passaram as grandes datas, e eu continuo assim, com falta de algo, e deparo-me então com minha definitiva e diária dor e delírio: ansiosa pelo viver.

Eu sou assim, meio louca e meio sóbria, branquela do cabelo pixaim, meus olhos são a discussão dos amigos: verdes ou azuis? (eu atesto e contesto que são azuis) Querendo viver o agora, e atropelada pra saber o amanhã, e essa bipolaridade me inquieta, me maltrata e me faz ser eu, ansiosa pelo existir e não só passar por aqui.

Há quem diga “você precisa se tratar isso não é normal, isso te prejudica”. Mas sei, apesar de todos os pesares, além de todo esse caos, eu sou assim, e eu estou tentando me aceitar assim, é isso, aceita que eu sou a louca que vai querer ao mesmo tempo viver agora e adivinhar amanhã. Eu sou aquela que prega o “viver cada momento” querendo antecipar os fatos, mas sobre tudo eu sou essa pessoa que tem medo de saber se vai dar certo ou não, porém com um pouquinho de esperança e muita fé, sempre tenta um pouco mais, sempre arrisca, porque no raso eu já tenho o não, e pela ansiedade do saber, eu tento o sim. Eu sou a ansiosa que gosta do ‘sim’ e do ‘não’, mas nunca do ‘será??’. E essa falha (ou não) que me acompanha desde a infância faz a minha essência, e quem quiser - sinto muito - vai levar assim, defeito de fabricação amigo. 

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