Dizem que quando a ferida
cicatriza tudo passa, melhora, renova, e continuar é preciso.
Mas a tatuagem se difere de
qualquer outra ferida, ela fica ali. Cicatriza, cura, mas permanece ali,
contando uma história, pintado a pele com particularidades. E você é assim,
pintou e bordou no meu ritmo, no meu dizer, no meu viver. Teu olhar e tua
risada são marcas pintadas nas minhas lembranças, seu cheiro volta e meia vem
com o vento, tua mão um tanto maior que a minha aparece como um desenho no
infinito toda vez que coloco os anéis.
Você é assim, tatuagem em mim. Cicatrizou, mas continuou ali, contando uma história só nossa, sem começo, sem meio, sem fim. Sem marcas aparentes, sem provas, você ficou ali, colado na minha pele, no meu íntimo único. Não existe substituição ou “delete”, como a tatuagem, é algo que completa, faz parte de quem sou, conjuga o verbo viver. E ninguém substitui uma cicatriz tão perfeitamente errada como você.
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