Eles se olharam, trocaram
brincadeiras recheadas de medos, e beijos com vivacidade única. Queimaram suas
almas em um fogo singular, desafiaram os comuns, contrariaram suas tradições.
Provocaram o tempo, viveram
décadas em horas, horas em minutos, minutos em segundos. Dialogaram somente em
pensamentos, exalaram palavras não ditas, nem “no silêncio de um olhar”.
Aconchegaram um ao outro em um abraço longo e silencioso, quebrado
apenas, pelo som da água do chuveiro que escorria, lenta e carinhosamente, sobre
seus corpos. Ambos já contemplavam em sigilo a despedida do que nunca foi.
Eventualmente tropicam um no
outro, e o silêncio entre eles conta uma história sem começo, sem fim, e sem
eles.
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