15 maio 2013

AMOR DE MENTIRA


Eles se olharam, trocaram brincadeiras recheadas de medos, e beijos com vivacidade única. Queimaram suas almas em um fogo singular, desafiaram os comuns, contrariaram suas tradições.

Provocaram o tempo, viveram décadas em horas, horas em minutos, minutos em segundos. Dialogaram somente em pensamentos, exalaram palavras não ditas, nem “no silêncio de um olhar”.  

Aconchegaram um ao outro em um abraço longo e silencioso, quebrado apenas, pelo som da água do chuveiro que escorria, lenta e carinhosamente, sobre seus corpos. Ambos já contemplavam em sigilo a despedida do que nunca foi.

Eventualmente tropicam um no outro, e o silêncio entre eles conta uma história sem começo, sem fim, e sem eles.


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